INTRODUÇÃO
De tempos em tempos, são lançados jogos para PC que dão um salto
tecnológico em relação a tudo que havia saído até então.
Podemos citar como exemplo jogos como Doom 3, F.E.A.R., Far Cry; que
introduzem novas tecnologias, e novos parâmetros de exigência para
serem rodados satisfatoriamente. Muitas vezes, sua tecnologia é tão
avançada que é pesada demais até para os mais modernos
computadores.
Crysis entra no rol desses jogos, e esse é o principal assunto em
pauta quando se fala nele. No entanto, o jogo possui algo além dos
gráficos esmerados?
Embora uma sequencia de Far Cry esteja a caminho, Crysis pode ser
enquadrado como um sucessor espiritual desse jogo. Ambientado em cenários
paradisíacos, faz uso de veículos, o enredo sofre uma reviravolta
próximo ao seu final...enfim, tudo remete a Far Cry.
A grande novidade de Crysis é a nanosuit, armadura usada pelo
personagem principal que lhe confere quatro diferentes tipos de
poderes: armadura mais resistente, força sobre humana, super
velocidade e invisibilidade. No entanto, esses poderes são bem
subutilizados, exceto pela invisibilidade. E mesmo quando são
necessários, são desafios óbvios e bobos. Uma pena.
Outra particularidade de Crysis é a liberdade de se modificar as
armas a seu bel prazer, acoplando diversos tipos de miras e afins.
Isso sim é uma adição muito legal e bem utilizada, já que é
possível transformar qualquer arma de forma a torná-la adequada
para a situação atual.
No mais, Crysis segue o padrão do estilo FPS, embora o faça com
classe. A inteligência artificial é apurada, os tiroteios são bem
intensos e exigem uma boa dose de tática e as partes com veículos
quebram a monotonia, embora sejam um pouco frustrantes.
GRÁFICOS
Impossível falar em Crysis e não falar de seus gráficos. Pudera,
o visual do jogo é assombroso. Os cenários são gigantescos,
complexos, detalhados. Os modelos humanos são assustadores de tão
reais, as armas idem, as texturas são magníficas. O nível de
detalhamento impressiona: praticamente tudo no cenário reage às
suas ações, cada um dos coqueiros pode ser quebrado com tiros, as
edificações podem ser destruídas, as folhas se movem conforme o
vento e se curvam conforme Nomad, nosso personagem, avança entre
elas.
Claro que todo esse esplendor tem um preço: Crysis é, de longe, o
jogo mais pesado que existe. Mesmo em qualidade média, rodá-lo não
é bolinho; embora seu visual seja bonito mesmo nas qualidades mais
baixas.
SOM
Dublagens caprichadas, som ambiente legal, musiquinhas simpáticas
(embora repetitivas), e os inimigos coreanos falam em coreano
(embora apenas na dificuldade máxima).
JOGABILIDADE
Padrão para o estilo. Os poderes da nanosuit são legais, embora
muito subutilizados. No entanto, o sistema de modificação de armas
é bem legal e útil. O problema maior da jogabilidade é o
acionamento dos poderes da nanosuit, que se realiza pressionando a
roda do mouse e deslizando-o para a posição correspondente ao
poder que se deseja ativar. Não é nada raro acionar o poder errado
no calor da batalha, o que pode muitas vezes custar a vida.
ARTE
O enredo é bem padrão, nada que impressione, assim como os
personagens, bem típicos. A ambientação é ótima, os cenários são
muito imersivos e bem concebidos.
DIVERSÃO
Crysis tem altos e baixos. Os combates são muito legais, temperados
com as possibilidades da nanosuit. No entanto, algumas fases com veículos
não são tão legais assim. E há diversas caminhadas intermináveis
selva adentro, sem nenhum inimigo pra matar ou arma pra coletar.
No entanto, apesar de alguns momentos mais frios, Crysis é muito
divertido, seus combates são muito intensos e derrubar helicópteros
é sempre um prazer.
CONCLUSÃO
Embora o grande chamariz de Crysis seja mesmo seu visual
embasbacante, é injusto reduzi-lo a benchmark. Sua jogabilidade é
gostosa o suficiente para fazê-lo um bom FPS, e ele é divertido o
bastante para impedir que você o largue antes de chegar ao seu fim.
Pena o jogo ser tão mastodonticamente pesado, o que o torna um
prazer para poucos.
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