Este foi um dos
primeiros RPGs a ser lançado no console de 16 bits da Sega, além
de ser um dos seus poucos títulos a seguir o gênero “Roguelike”.
Introdução
Para quem não
sabe, “Roguelike” é uma expressão que surgiu com o jogo Rogue,
um antigo RPG lançado para computadores (por volta de 1984). Numa
época em que os jogos eram totalmente em texto, este gênero ficou
conhecido pelas dungeons geradas aleatoriamente em cada partida,
itens que mudam de aparência a cada nova jogatina, bem como o fato
de ter que se alimentar para manter seu personagem vivo. Fatal
Labyrinth manteve todas essas características dos antigos RPGs de
texto, embora sua história não possua a mesma profundidade de seus
predecessores.
Aliás, a história
do game é bem clichê e simples: o reino de Dragonia foi engolido
pelas trevas, e esta maldição só poderá ser revertida atarvés
do Holy Goblet, um item mágico que está nas garras de um terrível
dragão. Cabe a você, o herói escolhido (Trykaar), adentrar no
labirinto, matar o monstro e recuperar o talismã. O labirinto
possui 30 níveis no total.
Gráficos/Som
Não espere grande
coisa nestes quesitos, pois o jogo é bem simples, até mesmo para
os padrões da primeira leva de jogos do Mega Drive. Todos os níveis
do labirinto são graficamente idênticos, ocorrendo apenas uma
mudança na modesta paleta de cores a cada 10 fases. Os personagens
são todos bem pequenos e com pouquíssimo detalhamento. O único
detalhe interessante é que a aparência do herói muda quando você
equipa alguma arma ou roupa diferente.
O som sofre do mesmo problema dos gráficos: a música é
extremamente repetitiva e só muda de 10 em 10 fases. Além disso,
os (poucos) efeitos sonoros são inexpressivos.
Jogabilidade
Aqui é onde o jogo
fica interessante. Você anda pelos labirintos, matando os inimigos
e recolhendo itens e dinheiro pelo caminho. Após matar certo número
de adversários, você ganha níveis, com um incremento em seu HP. O
botão A serve para pegar itens e abrir portas secretas, o B faz seu
personagem se virar em uma direção sem se mover e cancela o menu,
enquanto o botão C ativa o menu. Curiosamente, este jogo não
possui um botão de ataque. Para atacar os monstros, você deve
ficar de frente para eles, movendo-se em sua direção. Após seu
ataque, é a vez do adversário contra-atacar. Além disso, os
adversários só se movem se você se mover, o que adiciona um pouco
mais de estratégia ao jogo.
Além de seu ataque
básico, você dispõe de diversos itens que lhe auxiliam em sua
jornada, como poções, magias, anéis, etc. Você encontra várias
armas e armaduras ao longo dos corredores, cada qual com um
diferente nível de poder de ataque/defesa (alguns itens são amaldiçoados
e causam um efeito negativo se você equipá-los, por isso tome
cuidado). Você também pode atirar qualquer um de seus itens,
incluindo armas e armaduras, em cima de um oponente, para causar
dano.
Outra característica
interessante é que os itens possuem diferentes cores, cada qual com
um efeito distinto. Por exemplo: o anel amarelo pode aumentar sua
defesa, enquanto o anel azul pode adicionar o poder de trovão ao
seu ataque. No começo do jogo, não está especificada qual a
utilidade de cada cor, você deve experimentar os itens de
diferentes cores, a fim de descobrir para que servem.
Por fim, você
recupera seu HP simplesmente andando de um lado para outro, mas deve
sempre ficar de olho no seu “nível de comida”, pois à medida
que você anda, ele diminui, e se chegar a zero, seu HP vai
decrescer até que você morra. Para evitar isso, procure ingerir as
comidas espalhadas pelo labirinto, mas não vá abusar: se comer
muito, seu personagem se moverá mais lentamente e perderá turnos
durante o combate. Aliás, você pode até mesmo morrer se comer que
nem um louco.
No geral, o jogo
possui um nível de dificuldade bastante elevado, especialmente da
metade em diante, já que o número de inimigos aumenta
consideravelmente. Você começa em algumas salas com diversos
monstros ao seu redor, e deve planejar bem seus movimentos, a fim de
não ficar encurralado pelos adversários. Além disso, é comum você
errar vários ataques seguidamente, o que complica ainda mais sua
vida. Prepare-se para morrer repetidas vezes.
O ponto que
realmente se destaca no jogo é o fator Roguelike, que faz com que
cada partida seja única. Não só as dungeons mudam em um novo
jogo: toda a disposição de itens/armas/inimigos é diferente, bem
como as cores de todos os itens são novamente embaralhadas, fazendo
com que você tenha que experimentar de novo um a um em uma nova
partida.
Conclusão
Apesar de sua visível simplicidade
técnica, Fatal Labyrinth possui um gameplay bem interessante e
pouco explorado em jogos de console, o que o torna uma experiência
única. Vale a pena ser jogado pelo menos uma vez, especialmente se
você não estiver acostumado ao estilo Roguelike e quiser uma mudança
de ares na sua jogatina, e caso você se interesse em jogar
novamente, será recompensado com um labirinto totalmente novo.
Curiosidades
- Fatal Labyrinth foi o primeiro
jogo Roguelike do Mega Drive, mas este sistema foi utilizado em
outros títulos do console, como no clássico ToeJam &
Earl (com algumas alterações).
- Ao contrário de 99,9% dos RPGs
existentes, o dinheiro neste game não serve para comprar armas
ou itens. Quanto mais rico você for, mais chique será o seu
funeral, caso seu personagem morra. Grande consolo!
- Este jogo faz parte da coletânea
Sonic’s Ultimate Genesis Collection, lançada
recentemente para PS3/X360.
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