O jogo
de luta Zero Divide é um velho conhecido dos adeptos do
PlayStation, que possui as versões 1 e 2. O Saturn foi agraciado
com a terceira e última versão, que ainda mantém o padrão típico
da série: lutadores robôs com armadura e ambiente cyberespacial.
Para
os que não conhecem a história, ela se passa no cyberespaço. No
futuro, a integração de computadores promoveu não apenas a troca
de informações como também a possibilidade de invasões e domínios.
Uma torre que deveria controlar todo a rede acaba for ser invadida
pela velha entidade da série: o mutante XTAL. Nisto diversas
corporações promoveram lutas virtuais para definir qual melhor
programa iria se sobressair. Os programas são robôs virtuais que
lutam em arenas delimitadas ou não. Zero é um destes robôs e
junto com outros, deverá provar qual é o melhor. Este jogo poderia
ser descrito como uma mistura de Virtua Fighter com Fighting Vipers,
pois os robôs possuem armaduras e as perdem durante a luta. Por
debaixo delas eles apresentam uma pele feita de circuito integrado,
num efeito muito bonito. Não há apenas lutadores humanóides, há
também lutadores animais como o personagem Draco (um dragão), o
personagem Cancer (um caranguejo) e o personagem Tau (um escorpião).
Todos são muito bem detalhados e com movimentos muito particulares,
alguns nitidamente devastadores.
A
movimentação dos personagens animais é bem compatível com cada
um. O padrão gráfico é muito bom, se levar em conta os
personagens. O que não ficou bom foram os cenários, muito pobres e
sem muita imaginação. Eles não dão muita sensação de cyberespaço.
Por outro lado eles podem ser delimitados ou não, o que deverá ser
observado pelo jogador pois os “ring outs” são constantes. Em
Zero Divide o personagem na borda do ringue não cai, mas fica
dependurado, podendo voltar à luta com um golpe. Isso é muito bom
para surpreender os desavisados. Há efeitos de zoom e rotação
constantes no jogo, especialmente quando são feitos golpes de
arremesso. Mas os efeitos que vão surpreender mesmo são os das
pancadas, que parecem impactos de energia. Muito bom mesmo!
Junto
com a ação, a música é das melhores! Tons de rock e tecno criam
arranjos ideais para um clima de luta futurista. Todas as músicas são
boas e tocam de forma ininterrupta nas lutas. A música do último
chefe e do final são as mais marcantes. Outro ponto forte do jogo são
os efeitos sonoros. Os sons de pancadas e de quebra das armaduras são
muito bons mesmo e soam de forma estridente. Também os efeitos
sonoros das vozes são bons e complementam a ação. Enfim, a
palheta sonora do jogo é compatível com o ambiente.
A
jogabilidade segue o padrão de Virtua Fighter, tendo um botão de
defesa, um de soco e um de chute. O jogo conta ainda com botão para
se fazer esquiva, ideal para escapar de tiros (alguns personagens
possuem armas) e golpes rápidos. Detalhe que a jogabilidade não é
tão solta, mas cumpre seu papel. Além disso, ela passa bem a sensação
de como os personagens são pesados. O jogo conta não apenas com o
modo 1P como também possui um modo VS, um Training e um Time
Attack. O modo story serve apenas para mostrar a história de Zero
Divide 1, 2 e também do 3, mas está tudo em japonês, então pelo
menos curta as imagens.
Para
os fans de luta 3D e que conhecem Zero Divide do PlayStation, a versão
do Saturn vale a pena. O personagem final, o Zulu (que não tem nada
de africano ou tribal...), é uma surpresa e possui uma voz bem
sinistra. Ouça-a pois está em inglês e explica a história. Além
disso a forma Zulu é apenas aparência pois o verdadeiro inimigo
final é XTAL, um robô aberrante! Chegue até ele e vença-o se for
capaz!
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