Introdução
O PC sempre foi uma
plataforma que recebeu muitos jogos de tiro em primeira pessoa, os
chamados FPS. Alguns marcaram época, outros eram apenas bons, e a
grande maioria simplesmente caiu no esquecimento.
Haja visto esse retrospecto, um novo lançamento desse genero é
sempre esperado com certa desconfiança. Será que estamos prestes
a receber um jogo que marcará época, ou apenas mais um, que
jogaremos e esqueceremos em seguida?
Pode-se afirmar, com absoluta segurança, que Bioshock se encontra
com louvor na primeira categoria.
O jogo parte de uma cena trivial: um passageiro de um voo que
sobrevoa o oceano Atlantico observa uma foto de sua família
enquanto fuma um cigarro e segura um presente para seus pais. Súbito,
algo acontece. Ouvimos gritos. Barulho de impacto. O avião caiu.
No meio do oceano atlantico, nosso herói encontra um farol.
Dentro dele, um submarino o leva para Rapture, uma cidade
construida nas profundezas do oceano.
Esse contraponto de sensações, do trivial para o fantástico, da
o tom de Bioshock. Em um momento, estamos em um teatro comum, como
qualquer outro teatro dos anos 60. No momento seguinte,
lembramo-nos que estamos em uma cidade localizada nas profundezas
do oceano atlantico. Num momento estamos ouvindo Frank Sinatra num
apartamento. No momento seguinte, atirando bolas de fogo em
inimigos que se teletransportam para nos emboscar. O trivial e o
fantástico, o comum e o surreal se misturam em Rapture, e isso
cria uma atmosfera única, diria até mesmp onírica.
Gráficos
Em uma frase:
Bioshock possui os mais belos gráficos já vistos em um jogo
de videogame. Ponto. Sobretudo os ambientes, são
maravilhosos, sombrios, decadentes, com uso de uma paleta de
cores fortes. As texturas são impressionantes, os efeitos de
água batem qualquer outro já visto, todas as armas e
inimigos tem uma aparencia fantastica. Enfim: é um jogo
graficamente soberbo.
Em negativo, apenas um ponto: a modelagem dos rostos deixa um
pouco a desejar, assim como as expressões faciais. Os
inimigos são todos muito parecidos facialmente, embora as
roupas sejam bastante variadas.
Som
Simplesmente
soberbo. Efeitos sonoros perfeitos, trilha sonora muito
bem utilizada, dublagens inspiradas. Cada efeito sonoro
foi milimetricamente pensado, desde os passos pesados dos
Big Daddies, até o choro das Little Sisters, passando
pelas conversas entre os splicers e o som das armas
recarregando. Perfeito.
Jogabilidade
Se havia
alguma dúvida sobre o caráter único de Bioshock,
aqui elas serão dissipadas. Antes de mais nada, o
jogo não possui o ritmo frenético que costumamos ver
em outros jogos do gênero. Ele é mais cadenciado,
exige que você vasculhe cada canto, cada gaveta, cada
cadáver.
Mas o grande trunfo de Bioshock são os plasmids.
Essas substancias lhe conferem poderes especiais, como
atirar raios, fazer coisas -e inimigos- queimarem,
telecinese e outros mais inusitados, como atirar
enxames de abelhas contra os inimigos, ou congela-los.
Os plasmids, combinados com as 8 armas diferentes, dão
um leque de possibilidades extremamente amplo. Há
centenas de formas de se aniquilar os inimigos,
tornando cada momento de jogo único. Some-se a isso
as possibilidade de customização do personagem e de
suas armas, e aos 3 tipos de munição que cada arma
comporta, e teremos uma idéia de quão variada é a
jogabilidade em Bioshock.
Diversão
Quem
gosta de FPS, absolutamente não tem como não se
divertir com Bioshock. Como dito acima, testar
diversas formas de se acabar com um inimigo é
algo extremamente divertido, e a cada momento se
descobre algo novo. As batalhas com os Big Daddies;
os imensos seres biomecanicos que protegem as
Little Sisters, pequenas garotinhas geneticamente
modificadas que carregam ADAM dentro de si,
substancia utilizada para se adquirir plasmids e
upgrades fisicos; são intensas e nervosas.
O único problema a ser apontado é a dificuldade
baixa, mesmo no modo mais difícil. A abundancia
de munições, medkits e eve hypos (usados para
recarregar o uso de plasmids), bem como as vita
chambers (locais em que seu personagem renasce
caso seja morto) podem tornar o jogo fácil demais
para os veteranos.
Arte
Bioshock
tem uma das direções de arte mais fantásticas
que já se viu nos games. A ambientação é
perfeita, o clima é extremamente convincente,
a reconstrução de época é primorosa, e as
referencias abundam. Uma direção de arte
para servir de escola a outros produtores.
Conclusão:
Bioshock
é, sem sombra de dúvida, um dos melhores
jogos lançados em 2007, e se não afirmo
que é o melhor, é por ainda não haver
acabado o ano, pois não vejo concorrentes
a ser lançados. Digo mais: é um dos
melhores games já feitos, e é
simplesmente uma obrigação a qualquer um
que jogue games.
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